O CNP - Cadastro Nacional de Produtos - é o ambiente no qual são gerados e armazenados os códigos de barras dos produtos vendidos no país. Ele pertence à GS1, uma organização sem fins lucrativos, e seu objetivo é facilitar o controle do lojista sobre os itens comercializados, bem como informar consumidores e mercado.
Nesse artigo vamos falar sobre:
- O que é CNP?
- Benefícios que ele traz para o lojista
- O que acontece quando não utilizado
- Como cadastrar produtos e gerar o código de barras
O que é CNP
Dentro do varejo, seja físico ou online, é indicado o uso do código de barras para a venda de produtos. Milhões de códigos já foram gerados e todos ficam registrados no Cadastro Nacional de Produtos, o CNP.
O CNP nasceu para substituir o SGN (Sistema de Gerenciamento de Números) e trazer mais agilidade no processo de geração de códigos.
Nesse novo formato, todas as etapas do cadastro de produtos ocorrem em ambiente virtual. O lojista acessa o portal do CNP, insere os dados e gera os códigos correspondentes, que serão impressos em etiquetas, rótulos e notas fiscais.
Quais benefícios ele traz para o lojista?
Utilizar o CNP é vantajoso de diferentes maneiras, começando pelos relatórios gratuitos. O sistema disponibiliza seis modelos. Separamos três abaixo:
- Relatório de Impressão: fornece a lista das etiquetas que foram geradas no sistema.
- Relatório de Produto: apresenta todos os produtos cadastrados no CNP.
- Relatório de Login de Acesso: mostra as ações executadas na ferramenta e quem as fez.
Outro benefício oferecido pelo CNP ao lojista é a importação de listas de produtos. Na página inicial do cadastro, é possível baixar um modelo de planilha Excel específico e subir os produtos no sistema de uma só vez.
Ao realizar esse processo é preciso atenção aos campos obrigatórios da planilha. Caso eles não sejam preenchidos corretamente, o sistema não fará o cruzamento das informações e os relatórios disponíveis para consulta não serão fiéis à realidade do negócio.
você confere como a etapa de cadastro de produtos via planilha é feita.
O que acontece se você não utilizar o CNP
A frase a seguir pode soar radical, mas produtos sem código de barras não existem para o mercado. Isso porque ele identifica aquele item em todas as etapas do processo de compra, do estoque ao ponto de venda.
Quem deseja vender pela internet também precisa do CNP. Para entender como o cadastro impacta no e-commerce, faça o seguinte teste: entre no site da Americanas.com ou do Shoptime e insira no motor de busca o número 4971850876397.
Esse é o código de barras do relógio esportivo Casio W 800H 1AVDF. Todos os relógios deste modelo vendidos na internet, seja em marketplaces ou loja virtual, estão registrados com esse código.
Imagine que o lojista cadastra esse item em seu catálogo de produtos nos marketplaces e insere nos dados o código de barras. Os atributos técnicos, imagem e média de preço inseridos no anúncio serão automaticamente comparados com os informados no CNP.
Essa sincronização de dados evita erros de match, que são divergências entre o produto cadastrado no CNP e o item anunciado nos canais de venda. Quanto mais erros ocorrem, menos o lojista vende, já que a maioria dos marketplaces bloqueia anúncios assim. Em casos extremos, pode acontecer do produto ser vendido por um preço muito menor que o usual.
Deixar o código de barras de lado não afeta apenas as vendas. Os dados informados no CNP são processados pelos órgãos públicos de fiscalização tributária. Por conta disso, qualquer divergência nas informações pode gerar problemas ao empreendedor.
Como cadastrar um produto no CNP
Para cadastrar um produto no CNP é necessário ser associado da GS1 Brasil, a organização responsável pela manutenção desse serviço. Após concluir esse trâmite (veja como abaixo), você receberá os dados de acesso ao sistema.
Com o painel aberto, basta clicar no botão “Cadastrar novo produto” e selecionar a opção GTIN-13, que é o tipo de código de barras que será gerado ao final do processo.
Várias informações são solicitadas ao longo das etapas, mas algumas são obrigatórias para a conclusão do cadastro. Tipo de produto, marca, idioma, país de origem e estado são algumas delas.
Os números NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), CEST (Código Especificador de Substituição Tributária) e o GPC (Classificação Global de Produtos) também são exigidos.
Veja como conseguir esses dados sobre o seu produto:
- NCM: no Portal Único do Comérico Exterior (Siscomex).
- CEST: há vários sites para consulta, como este aqui.
- GPC: no GPC Browser, da GS1.
Campos preenchidos, basta clicar em “Gerar GTIN-13” e copiar o código apresentado, ou salvar o arquivo para impressão da etiqueta.
Certos nichos de mercado, como cosméticos, requerem informações específicas no momento do cadastro de produtos. Para evitar contratempos, pesquise no órgão regulador do seu segmento se há essas especificações e quais são elas.
Para gerar os códigos de barras e usufruir das vantagens oferecidas pelo CNP, é preciso filiar-se à GS1 e pagar uma taxa anual. São cobradas uma taxa de entrada e anuidade. Contudo, o valor cobrado depende do faturamento da empresa.
Você pode conferir a tabela de preços e os documentos necessários para dar entrada no pedido de filiação aqui.
Resumindo...
Formalizar uma empresa e seguir as diretrizes legais exigem caráter e empenho do empreendedor. Deixar para lá o CNP e vender produtos sem código de barras pode até soar tentador no início, mas no futuro inviabiliza a expansão do negócio, prejudicando exclusivamente o lojista. Portanto, siga o passo a passo apresentado neste post e regularize a situação da sua loja o quanto antes!