Para quem trabalha com varejo esportivo a pandemia por coronavírus apresentou os dois lados de uma mesma moeda.
De um, o fechamento temporário de academias e a proibição da prática de esportes coletivos, lá no início, como forma de evitar a aceleração do contágio. Do outro, o hábito saudável que muitas pessoas optaram por manter, mesmo diante das restrições.
Neste conteúdo, a gente vai falar melhor sobre este ponto e mais:
Acredite ou não, o segmento de artigos esportivos foi um dos que apresentaram melhor desempenho no segundo trimestre de 2020.
Em comparação ao mesmo período do ano anterior, o aumento em faturamento foi de 63%.
Ocupa a quarta posição do ranking, atrás somente dos setores de Informática (101%), Construção e Ferramentas (100%) e Departamento (90%).
Aí está a prova de que, muitas vezes, a possibilidade de ver o copo meio cheio está bem na nossa frente. E teve muita gente que encontrou um jeitinho de fazer as vendas de artigos e equipamentos esportivos acontecerem - independentemente do contexto externo.
Varejo esportivo e o boom na pandemia
Na biologia, a evolução das espécies está diretamente relacionada ao seu poder de adaptação.
Pode parecer um papo de tempos muito longínquos. Mas, se você parar para pensar, nos adaptamos desde que nos conhecemos por gente.
E o que precisamos fazer para sobreviver ao cenário de pandemia no Brasil foi repetir a fórmula já conhecida de: adaptar-nos a uma nova situação.
Em se tratando de esportes e lazer, o processo de adaptação aconteceu em várias frentes:
varejo esportivo
Precisou encontrar alternativas para continuar vendendo artigos e equipamentos que fizessem sentido para o novo normal.
atletas e praticantes
Substituíram as academias pagas por ambientes gratuitos, treinando em casa ou ao ar livre.
profissionais de educação física
Tiveram que dar as boas-vindas às aulas online, mesmo que temporariamente, adaptando exercícios a cenários improvisados.
Pegue o caso da nutricionista Ana Paula Bedin.
Praticante de crossfit desde 2016, ela não perdia um treino! Antes da chacoalhada da Covid-19, frequentava o box preferido seis vezes por semana.
Quinze dias de academias fechadas no início de 2020. Foi o que bastou para que Ana começasse a buscar alternativas para continuar a treinar em outro ambiente, porém com a mesma intensidade.
“Comecei fazendo treinos funcionais em casa, com o peso do próprio corpo. Quando vi que o fechamento do comércio perduraria por mais tempo, decidi comprar equipamentos que permitissem que eu mantivesse meus treinos de força, mesmo com tudo fechado.”
Ana hoje tem uma estação de crossfit montada em casa, com direito a barra de LPO, anilhas e até uma air bike. “Só não comprei o remo por falta de espaço, teria que vender o meu sofá”, brinca.
A história da Ana é uma em muitas.
O que as marcas de artigos esportivos têm percebido é justamente uma inversão no perfil de clientes.
Se, antes, vendiam para pessoas jurídicas (profissionais e redes de academia, que compravam em quantidades maiores), agora vendem para pessoas físicas. O ticket médio pode até ser menor, mas a venda aumentou em volume.
Com mais gente buscando um jeito de treinar sem depender das academias, não demorou muito até o varejo esportivo perceber que o segredo para continuar vendendo está nos acessórios.
Artigos esportivos: itens com maior potencial de vendas
Cordas, halteres, anilhas, colchonetes, elásticos, tapetes de ioga, bolas e demais itens do portfólio podem ser usados em qualquer ambiente.
Aí está a oportunidade para marcas e varejistas que desejam aumentar o faturamento por meio da venda de artigos e equipamentos esportivos. Caso você ainda precise de um empurrãozinho, saiba que o índice de crescimento é impressionante!
No primeiro trimestre de 2020, por exemplo, a venda de cordas e halteres aumentou 2.000% e 1.900%, respectivamente.
Considerando os dados de quem vende com o Olist, temos uma centena de oportunidades para faturar mais nos marketplaces com itens da categoria. Elaboramos uma lista completa dos produtos de esporte e lazer mais buscados entre os meses de setembro de 2020 e março de 2021.
De multivitamínicos a whey protein, de luvas de muay thai a capacetes, o material fornece os itens com maior potencial de vendas nos canais digitais. Os tickets variam de R$ 15 até mais de R$ 1.200!
Tendências, insights e boas práticas
Como nem só de portfólio vive uma marca, optamos por trazer exemplos práticos e informações atualizadas que podem servir de inspiração para dar uma guinada no seu varejo esportivo.
Dá uma olhada nisso:
Entre os dias 24 a 26 de novembro de 2020, o Google realizou uma pesquisa com 1.000 pessoas brasileiras.
Reunimos os principais insights na figura abaixo.
Também estamos mais plurais na hora de escolher a atividade física. Acompanhe o aumento de interesse por esportes, que vão muito além do tradicional futebol:
Não restam dúvidas de que a pandemia gerou novos hábitos. Para surfar esta onda sem levar caldo, as marcas têm que estar preparadas para atender às novas preferências de consumo.
Agora, você deve estar se questionando: ok, mas quais são as práticas que funcionam para o mercado de materiais esportivos?
É justamente sobre isso que falaremos a seguir. Sobre tendências, insights e exemplos que podem ser relevantes para a sua realidade, considerando o ecossistema de e-commerces e marketplaces.
Veja o que algumas marcas têm feito para vender mais artigos esportivos durante e após o cenário de quarentena no Brasil:
👉 A Doca Omni Store, da Mormaii
Sacha Juanuk, gestor de processos omnichannel da Mormaii, tem feito um trabalho incrível nos canais digitais. Transformou os PDVs físicos em centros de distribuição.
As vantagens?
Mais agilidade na entrega das compras feitas via internet e frete de valor fixo, mais barato.
Pedidos realizados via e-commerce próprio ou marketplaces são direcionados à loja mais próxima do consumidor final.
Além das franquias e revendas tradicionais, a marca passou a trabalhar com o modelo batizado de Doca Omni Store. São microfranquias, pequenos galpões dedicados exclusivamente ao atendimento online, localizados estrategicamente. Atualmente, são 9 deles espalhados pelo país.
A nova logística é uma das grandes responsáveis pelo aumento recente de vendas da Mormaii.
No pré-pandemia, o online representava ¼ do faturamento da marca. Considerando o primeiro semestre de 2020, o índice subiu para 60%, com crescimento acumulado de quase 290% nos canais digitais.
👉 A priorização do portfólio, da Netshoes
Lembra da Ana, que montou toda uma estrutura para treinar em casa com a família?
Na entrevista, ela contou quer voltar aos treinos presenciais quando for seguro. No entanto, pretende adotar um sistema híbrido. Manter as atividades de força com os equipamentos que tem em casa, mas aproveitar o box de crossfit para treinamentos mais funcionais - além da socialização com amigos.
A Netshoes se baseou em histórias como as da Ana e criou campanhas focadas em itens específicos do portfólio. Aqueles com maior potencial no cenário atual. Ou seja, optou por oferecer descontos de até 70% e frete grátis para artigos que permitam as práticas em casa.
A ação “Troquei o Carnaval por Esporte”, por exemplo, oferecia três produtos pelo preço de dois durante o feriado atípico, em fevereiro de 2021.
No mesmo mês, o e-commerce de artigos esportivos lançou a campanha “Esporte é para Todos”, buscando estimular a prática de atividade física mais democrática e inclusiva.
👉 A licença oficial da NBA, da Decathlon
Fonte: reprodução Decathlon
Mais uma prova de que nem só de futebol vive o país, a Decathlon agora tem direito exclusivo para vender produtos da liga de basquete norte-americana, NBA. A rede varejista de artigos e equipamentos esportivos é a única parceira licenciada no Brasil.
A linha, que vai estar disponível no e-commerce e nas lojas físicas a partir de setembro de 2021, conta com acessórios de proteção e roupas íntimas, entre outros itens.
A decisão segue a tendência D2C de mercados de nicho.
Ao focar em práticas específicas (neste caso, o basquete), o varejo esportivo diversifica o portfólio e amplia o alcance, posicionando a marca como referência em todos os pontos de contato com clientes.
Depois de tudo isso, chegou a minha vez de ouvir: como tem sido a adaptação do seu varejo esportivo desde o início da pandemia?
As boas práticas adotadas por empresas como Mormaii, Netshoes e Decathlon, geraram algum tipo de insight para o seu negócio?
Me conta nos comentários, vai.
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