Uma parte importante das operações de um e-commerce é providenciar a entrega dos produtos comprados para os clientes. É nesse ponto que empreendedores se veem pensando: Correios ou transportadora? Qual a melhor opção?
De acordo com uma pesquisa da Opinion Box, a taxa de abandono de carrinhos no e-commerce no Brasil é de 85%. Do total, 66% dos entrevistados reportam desistir de fechar uma compra por conta do frete ter um valor acima do esperado. Nesse contexto, ter uma boa estratégia relacionada aos meios de entrega é fundamental para o sucesso das suas vendas online, visto que esse aspecto é decisivo para que um consumidor conclua sua compra.
É justamente esse ponto que vamos esclarecer neste post. Aqui, você vai conferir e comparar a performance dos Correios e das transportadoras para entregas e entender como tomar a decisão mais acertada para seu negócio online. Continue a leitura e descubra!
Correios ou transportadora: o que considerar antes de escolher
O frete é uma etapa sensível em uma compra virtual, sendo um ponto que sempre figura nas pesquisas de abandono de carrinho. Seja por conta do valor ou do prazo, pensar nos meios de entrega que serão oferecidos aos clientes é um dos pontos cruciais em uma estratégia de e-commerce.
Para ajudar você nessa missão, vamos explicar como funcionam as operações de transportadoras e dos Correios, considerando diferentes aspectos de uma entrega, como valores, peso, embalagens e mais. Continue a leitura para saber tudo sobre o tema e analisar a melhor opção!
Área de atendimento
A primeira coisa a fazer é descobrir se os Correios e a transportadora entregam a mercadoria no endereço do cliente. A abrangência dos Correios é maior, com atendimento em praticamente todos os lugares do Brasil. Nesse sentido, a agência realiza entregas em regiões em que a maioria das transportadoras não consegue chegar.
Possivelmente, você não terá problemas para enviar encomendas para as áreas metropolitanas de grandes cidades, como Rio de Janeiro ou São Paulo. Contudo, existem regiões mais afastadas, ou com problemas, como altos índices de acidentes e de roubos de mercadorias, as quais algumas transportadoras se recusam a atender — ou cobram muito mais para mitigar riscos.
Portanto, o primeiro passo da sua avaliação é considerar as zonas que seu negócio geralmente atende, já que, dependendo dos locais, seu leque de opções de transportadoras pode ser menor.
Pesos e embalagens
Cada tipo de produto demanda modelos diferentes de embalagem. Receber um produto quebrado ou danificado é muito frustrante para o cliente, além de acarretar transtornos com a logística reversa de devolução do produto. Por isso, mercadorias frágeis, como placas de vidro e eletrônicos, por exemplo, precisam ser envolvidas em materiais macios e ter um invólucro rígido.
Esse processo, somado ao risco de quebra durante a movimentação, encarece o transporte. Aliás, algumas transportadoras se recusam a transportar mercadorias classificadas como muito frágeis, o que força o negócio a pagar mais e ter alternativas escassas de frete.
Também é importante considerar que os Correios não fazem o transporte de objetos muito pesados. O limite para o SEDEX é de 30 quilos, enquanto que o PAC aceita entregas até 50 quilos. Uma geladeira, nesse caso, só pode ser entregue por uma transportadora.
Vale notar também que os pacotes não podem ultrapassar o limite de 200 cm (considerando a soma do comprimento, altura e largura) e devem acompanhar nota fiscal ou Declaração de Conteúdo.
Resumindo, quanto maior, mais pesado e mais frágil for a mercadoria, mais caro será o frete. Mesmo assim, é importante que a embalagem seja planejada com cuidado, para evitar avarias e proporcionar uma boa experiência de unboxing ao cliente.
Volume de envios
Em comparação aos Correios, que cobram taxas fixas por serviço contratado, as transportadoras oferecem pacotes mais flexíveis e preços com margem para negociação. Isso quer dizer que o frete pode ter um desconto proporcional à quantidade de mercadorias transportada na mesma viagem.
O número de contratações dos serviços também conta. Se o negócio realiza muitas entregas por meio da mesma transportadora ao longo do mês, é possível obter um desconto pela fidelidade. Use isso como estratégia para o ganho de competitividade do e-commerce.
Riscos na entrega
Todo tipo de transporte envolve riscos. São muitos os empecilhos que podem atrapalhar ou atrasar uma entrega, como acidentes, greves, protestos ou roubos. Por esses motivos, é importante contratar pacotes de seguros, para que os prejuízos com furto, perda e avaria sejam ressarcidos.
Tanto os Correios quanto as transportadoras oferecem uma opção de seguro básico, embutido nos serviços, mas que cobre apenas valores parciais. Se quiser um seguro completo, é necessário contratar à parte.
Um outro fator importante a se considerar é que, como os Correios são uma empresa pública federal, existe a possibilidade de entrarem em greve, o que pode deixar seu negócio e seus clientes na mão. Nesses casos, para garantir a entrega, a transportadora é o único meio possível.
Prazo de entrega
Outro fator que pode fazer um cliente confirmar ou não sua compra é o tempo de espera.
Os Correios oferecem o serviço SEDEX, que costuma fazer entregas bem rápidas, podendo chegar ao cliente em até um dia útil. No entanto, o preço cobrado é mais elevado. O PAC, que tem um valor mais acessível, tem um prazo que varia de 5 a 10 dias úteis.
Nesse caso, existem transportadoras que conseguem entregar em um prazo menor e por um valor mais em conta, especialmente para clientes localizados em estados do eixo Sul-Sudeste.
Sendo assim, neste ponto, vale a pena estudar o histórico de compras, ver as regiões atendidas e pensar na estratégia do negócio para avaliar o custo-benefício.
Valor do frete
Conforme comentamos, prazo e preço são os aspectos decisivos para motivar um cliente a fechar uma compra. O valor do frete conta muito, pois ele pode encarecer ainda mais a compra e afetar a forma de pagamento.
O custo do frete é calculado considerando uma combinação de fatores. Os principais deles são:
- Tempo de entrega
- Distância
- Peso e tamanho da mercadoria
- Tipo de mercadoria
- Índices de violência urbana registrados no local de entrega (seja uma cidade ou bairro)
- Condições das rodovias
- Pedágios
Nos Correios, os fretes são tabelados, assim, você não tem surpresas quanto ao preço. Já as transportadoras oferecem espaço para negociação com base no volume e valores, principalmente se a sua empresa construir um relacionamento de parceria com elas.
Rastreamento dos envios
Nos dias de hoje, graças à transformação digital, a tecnologia permite que empresas e clientes acompanhem a performance das entregas com facilidade e precisão.
Uma solução muito utilizada no transporte é o rastreio de encomendas. Com ele, tanto você como seu cliente poderão entrar em um site e conferir o status de uma entrega em tempo real. Para o cliente, isso é um grande diferencial.
A boa notícia é que tanto os Correios como grande parte das transportadoras oferecem esse serviço e contam com sistemas para acompanhar a movimentação dos pedidos até sua entrega final. Seja qual for sua escolha, não deixe de conferir se a empresa oferece essa ferramenta, pois ela é essencial para uma boa experiência do cliente.
Possibilidade de negociação
Atentos ao crescimento do e-commerce, os Correios criaram alguns planos de contratos para lojistas virtuais. O empreendedor só paga pelos serviços que utiliza a cada mês, porém existe um teto mínimo.
Se sua loja virtual atinge números específicos com os fretes de suas vendas, é possível contratar o serviço. Um ponto de atenção é que se, porventura, em um mês sua loja não vender o suficiente para utilizar o mínimo, você é quem arca com a diferença.
Assim, por ter um sistema estruturado, os Correios oferecem aos lojistas poucas positividades de negociação. Outros modelos de contrato são possíveis, mas, neste caso, é preciso procurar um representante comercial da empresa para analisar seu caso.
Já as transportadoras costumam ser mais flexíveis com relação à negociação. Muitas dessas empresas são especializadas em transportes fracionados e permitem a entrega de pequenos volumes sem que uma loja precise lotar um caminhão.
Por isso, conhecendo a realidade desses negócios, podem oferecer margem para negociação dependendo do volume e da frequência de envios. Logo, dependendo da sua demanda, negociar com uma transportadora pode ser mais vantajoso.
Correios ou transportadora: qual é a melhor alternativa para o seu negócio?
Se você chegou até aqui, já entendeu que optar entre transportadora ou Correios não é uma decisão simples, e que você precisará considerar vários fatores. Por isso, é importante pensar de forma estratégica, analisar os dados dos clientes, pensar no seu público-alvo e em que região ele se concentra, calcular custos e muito mais.
De qualquer maneira, uma manobra que vale a pena é oferecer alternativas na hora de fechar o frete. Ou seja, se possível, inclua mais de uma opção de empresa de transporte e permita que o cliente decida o que melhor atende suas necessidades.
Ao trabalhar com diferentes modalidades de entrega, tanto via Correios ou transportadoras, você tem a certeza de que poderá atender pessoas de diversas partes do país e não perderá oportunidades de venda.
Nesse sentido, estudar a viabilidade de ter um sistema de entregas flexível parece ser uma boa decisão para o seu negócio ter mais competitividade e agradar uma ampla gama de clientes.
