Ao começar a vender em marketplaces muitos lojistas se surpreendem com o salto no número de clientes e no volume de pedidos concretizados. Esse ganho de escala é muito superior ao conquistado nas vendas em pontos físicos ou em um e-commerce independente, o que representa oportunidades e desafios para o comerciante.
Se por um lado mais vendas significam um aumento nas receitas do negócio, por outro lado também crescem as obrigações do comerciante. O lojista precisa ampliar o volume de produtos em estoque e ao mesmo tempo gerenciar mais entregas, sem que isso comprometa a organização da loja.
Não são raros os casos de comerciantes que enfrentam problemas no seu negócio em virtude da desorganização. Envio de produtos trocados ou de pedidos incompletos estão entre as ocorrências mais comuns nesse tipo de situação. Isso resulta em avaliações negativas por parte dos clientes e também em custos extras para troca ou reenvio de itens.
Para fugir dessa situação, o lojista pode adotar estratégias simples, capazes de gerar resultados imediatos. Um dos métodos mais populares para isso é o 5S.
A criação dessa metodologia é atribuída ao japonês Kaoru Ishikawa. Ele a desenvolveu nos anos 1950, quando o Japão estava no período pós-guerra. Na época havia grande desorganização na indústria e economia local, e o país não podia se dar ao luxo do desperdício.
Para contornar esse cenário, ele estruturou um padrão de qualidade extremamente simples de ser compreendido, resumido em 5 palavras japonesas: Seiri (Utilização), Seiton (arrumação), Seiso (limpeza), Shitsuke (Disciplina) e Seiketsu (higiene). Explicamos cada um dos itens a seguir, associando a relação de cada um deles com o e-commerce.
Na tradução para o português o Seiri significa Senso de Utilização. Seu princípio básico prega que aquilo que é útil deve ser separado do que é inútil. Assim é possível descartar itens ociosos para ter mais espaço livre. Isso facilita a limpeza e localização de itens dentro de determinado ambiente.
No caso de um e-commerce, essa lógica pode ser aplicada a gestão de estoque. O espaço do estoque precisa ser organizado e funcional, de preferência mantendo apenas itens com alto giro. Produtos com poucas vendas ou itens estranhos ao ambiente não devem ocupar o mesmo local.
Seiton significa Senso de Ordenação. Ele prega que cada item deve estar em um lugar delimitado, de forma classificada e organizada. Esse princípio também pode ser aplicado a gestão do estoque do e-commerce, para simplificar o processo de localização e despacho de produtos. Para isso vale utilizar etiquetas, estantes, painéis de controle, entre outros.
O mesmo princípio vale para a organização de documentos. Arquivos da empresa, notas fiscais e dados de pedidos precisam estar concentrados em locais específicos, de modo a serem facilmente localizados quando houver necessidade.
O Seiso equivale ao Senso de Limpeza. Além de limpar, esse preceito prega que deve-se evitar sujar. Para isso é importante remover sempre a poeira, resíduos, e até mesmo objetos estranhos/desnecessários ao ambiente. Isso torna o ambiente mais agradável ao mesmo tempo em que reduz o risco de acidentes.
Para o e-commerce isso significa foco na conservação dos produtos que ainda não foram enviados aos clientes. Ao receber um item bem-conservado o consumidor passa a ter mais confiança na loja, o que reduz o risco de avaliações negativas.
A tradução de Seiketsu é Senso de Padronização e Saúde. Esse preceito visa garantir a manutenção dos itens anteriores (Seiri, Seiton e Seiso), tornando comum essa cultura de organização a todas as pessoas que ocupam determinado espaço. Para isso pode-se definir rotinas, bem como estabelecer padrões de cor, forma e localização.
Esse item também se aplica aos estoques do e-commerce. Auditorias frequentes ajudam a garantir um controle adequado e servem para corrigir discrepâncias. Além disso é possível identificar pontos de melhoria para o gerenciamento dos itens armazenados.
Por fim, Shitsuke corresponde ao Senso de Autodisciplina. Esse princípio prega o comprometimento com todas as etapas anteriores. Basicamente, o objetivo é fazer com que todos os indivíduos tenham consciência de que contribuem de alguma maneira para a organização geral do espaço. Para isso, uns atuam como fiscais dos outros visando o bem-estar geral.
No e-commerce, a propagação dessa mentalidade pode fazer com que todos os funcionários deem ideias de como aprimorar os processos e a organização da loja. Assim estabelece-se um padrão de melhoria constante.
Conclusão
O fato das vendas online ocorrerem no meio virtual não dispensa a organização física da loja. A aposta nos princípios do 5S gera uma reação em cadeia que também beneficia a logística de entrega e até mesmo a reputação da marca junto ao cliente. Além disso, o comerciante evita prejuízos na devolução ou troca de produtos em virtude de erros cometidos pela própria loja.
Tem outras dicas e sugestões sobre como organizar suas vendas online? Comente abaixo.