Muito se fala sobre o consumo consciente. No entanto, boa parte das pessoas não sabe do que se trata na prática. Consumir de forma consciente consiste em, essencialmente, considerar os impactos do que se compra e usa no dia a dia.O consumidor consciente conjuga aquilo que satisfaz seus desejos com os impactos que suas compras têm no planeta e na sociedade. A busca pelo consumo consciente tem influenciado diretamente o comportamento do público, que não compra mais apenas por comprar.
Que características são atribuídas ao consumidor consciente?
De acordo com a pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2020, que foi realizada pelo Instituto Akatu e a GlobeScan, mais de 80% dos consumidores esperam que as empresas sejam transparentes em relação aos seus processos produtivos. Devem também cuidar do que podem controlar, ou seja, ter atenção a ações corporativas que podem influenciar o meio ambiente como um todo.
A pesquisa mostra que 70% esperam que as empresas não agridam o meio ambiente de nenhuma forma. Já 60% querem que os negócios criem metas para tornar o mundo melhor. Segundo o estudo, 44% dos consumidores recompensaram uma empresa socialmente responsável em 2019.
Com isso em mente, é essencial entender quais são as características do consumidor consciente. Entre elas:
- Leva em conta a consciência ambiental da empresa
- Valoriza a criação de novos produtos e serviços, melhores para o meio ambiente e a sociedade
- Espera que a empresa colabore com outros atores na solução de problemas socioambientais
Como o consumo consciente muda o comportamento de vendas?
A relação das marcas e dos produtos com os consumidores está mudando. Hoje, não basta vender um bom produto. O posicionamento de marca precisa estar alinhado às crenças dos consumidores para, assim, conquistá-los.
Esse alinhamento não deve ser só no discurso e nas promoções, o popular greenwashing. É preciso que a empresa abrace a causa e pratique aquilo que prega na sua comunicação com ações reais e palpáveis.
O Caderno de Tendências #2019-2020, do Sebrae e da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), reforça a mudança no comportamento de vendas. Segundo o material, 73% dos millennials (de 20 a 34 anos) afirmaram que pagariam mais por produtos e serviços de marcas sustentáveis.
Já a Geração Z, de 8 a 19 anos, é mais preocupada com questões éticas e sociais. Desse público, 70% afirma que tenta fazer suas compras de empresas que consideram éticas. Já 65% procura saber a procedência do produto antes da compra, enquanto 80% deixa de adquirir algo de uma marca com envolvimento em algum escândalo.
Nesse cenário, investir em nichos de e-commerce que considerem questões de sustentabilidade e se adaptar à tendência são passos importantes. É preciso entender o novo consumidor para não perder vendas neste momento tão desafiador. Não é questão de se diferenciar mas sim de sobreviver no mercado.
Quais são as estratégias para atender o consumidor consciente?
Vender online vai além de se preocupar em oferecer um bom produto ou serviço. É preciso conhecer as tendências e se adaptar a elas. Nesse sentido, se mostra indispensável criar estratégias para atender o consumidor consciente.
Entre elas estão investir em embalagens mais sustentáveis, produzir conteúdo relevante sobre o consumo consciente e valorizar a produção local. Veja algumas estratégias que podem ser usadas.
Investimento em embalagens sustentáveis
Uma das estratégias para atender o consumidor consciente é investir em embalagens sustentáveis. Busque embalar os produtos com materiais renováveis ou reciclados.
Outra alternativa é usar embalagens biodegradáveis, que têm como característica se decompor no meio ambiente. Para o consumidor consciente é importante, ainda, que as embalagens aproveitem bem o espaço nas caixas para evitar desperdiço.
Também há a opção de trocar caixas de papelão por tecido, usar embalagens que são reutilizáveis e oferecer descontos para os consumidores que devolverem a embalagem após comprar o produto.
Produção de conteúdo sobre consumo consciente
Uma iniciativa que pode fazer a diferença para o consumidor consciente é a produção de conteúdo sobre o tema. Ao criar posts, vídeos, infográficos e afins para motivar os clientes a consumir de maneira consciente, a loja mostra que a atitude não está apenas no discurso.
Buscar ideias e frases para atrair clientes é importante. Mas é preciso fazer mais. Crie conteúdos que sejam relevantes para quem quer mudar sua forma de consumir. A loja deve atuar como parceira do cliente e mostrar que seu propósito vai muito além da venda.
Valorização da produção local
Quando o assunto é a preocupação com o futuro do planeta e a busca por um estilo de vida mais ético, a valorização da produção local deve ser considerada. Apostar em fornecedores da região e que usam ingredientes locais é tendência.
Ao investir em itens produzidos localmente se fortalece a ideia de orgulho nacional, além de criar valor para a marca. Esse movimento é importante porque o consumidor consciente faz questão de saber a origem dos ingredientes que fazem parte do produto que ele vai comprar.
Priorizar a produção local é uma forma de favorecer a rastreabilidade, assim como reduzir gastos e emissão de carbono em transporte por longas distâncias. Ou seja, é uma estratégia sob medida para quem quer atender a demanda pelo consumo sustentável.
Por que o consumo consciente deve estar sempre no radar?
A busca pelo consumo consciente é uma realidade. E isso impacta de maneira direta o público, principalmente os consumidores mais novos. Assim, o posicionamento em relação a questões de sustentabilidade é fator decisivo na escolha das marcas pelo mercado consumidor.
Nesse sentido, é importante ter flexibilidade e se adaptar à nova realidade. Implementar estratégias para atender o consumidor consciente não é mais um diferencial: é postura essencial para sobreviver no mercado. Para se sair bem neste novo cenário, as lojas não devem ficar apenas no discurso. É preciso mostrar o posicionamento por meio de ações e colocar o consumo consciente como prioridade, de modo que faça parte da cultura do negócio.
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